
Omnichannel, geração millennial, big data, parcerias, novos modelos, geolocalização, comportamento do consumidor, experiência…
Se você faz parte do mundo varejista e está conectado as novas realidades do setor, estes assuntos fazem com que você quebre sua cabeça todos os dias atrás de formas de aplica-los em seu varejo. Caso esta não seja sua realidade, saiba que os termos citados acima são os assuntos que regem o mercado varejista atualmente e estão presentes nas principais “mesas” de debates do setor. Mas como são muitos temas e todos tem sua complexidade, hoje vamos focar em apenas um deles: “Parcerias”.
“Parcerias” é um termo comum para a maioria da população, até por ter um significado simples, de uso comum entre os jovens. Para o varejo o termo traz o desafio da colaboração em cadeia, que por mais complexa que seja se faz extremamente vantajosa.
É clichê dizer que o cliente é o foco do varejista, mas hoje chegamos em um ponto que não conquistamos mais os consumidores através de preços, e sim por meio de estrutura e planejamento envolvidos na operação para encanta-los e satisfazê-los. Com este novo panorama no setor varejista com as inovações surgindo a cada segundo, a alta cobrança por experiência de compra e tudo se tornando mais dinâmico e complexo, as parcerias chegam em um bom momento.
A sua aplicabilidade pode atingir diversos departamentos e processos dentro do varejo. Pode ser usada internamente, como por exemplo, quando uma empresa soma sua logística com outra para diminuir custos; há parcerias que servem para agregar valor à experiência de consumo, como parceria entre empresas na busca de uma solução integrada para o cliente; outras são utilizadas para alavancar uma das marcas, como no caso de associações de imagens, entre outros casos. Independente da forma de parceria adotada, o cuidado com a escolha do parceiro é fundamental. Uma escolha errada pode manchar a marca de sua empresa.
Existem vários casos de parcerias pelo mundo, mas trago dois casos que foram destaques na NRF Retail’s Big Show (um das maiores feiras varejista do mundo). Ambos são de grandes redes de hotéis que se juntaram com outras marcas para ampliar a experiência de seus clientes que estão hospedados em seus hotéis.
Um deles é o Virgin Hotels, um dos muitos negócios do Sir Richard Branson. A aposta dele foi uma parceria com a marca de roupas GAP, onde o cliente compra roupas na loja, on-line ou por telefone e elas são entregues no hotel. Você deve estar pensando que isto é algo simples, muito já fazem, o diferencial aqui é a forma em que o cliente encontra suas roupas novas. Ao invés de receber em sacolas, aqui as roupas estão pinturas nos armários do quarto, prontas para o uso. Não pense que este ato é banal, pois a experiência de compra aqui fica muito mais ampliada e integrada, com duas empresas conversando entre elas para um melhor atendimento ao consumidor.
O outro caso de sucesso é o da rede de hotéis Choice em parcerias com o UBER e a Starbucks. A rede de hotéis percebeu que seus clientes também são clientes destas duas empresas, com a proposta de compartilhar informações entre elas as três empresas saem ganhando, devido ao acesso de informações de outras pessoas que não são seus clientes, mas possuem o mesmo perfil de seus consumidores, com isso as empresas fazem campanhas de marketing mais assertivas e direcionadas.
Com a mudança do perfil do consumidor, as empresas precisam se adaptar a estes novos costumes, e umas das formas que encontraram é juntando forças com outras empresas. Com esta estratégia as empresas economizam com as campanhas de marketing, se tornam mais eficazes, e juntam esforços em prol de um mesmo objetivo: aumentar a experiência e, consequentemente, vendas.
Arnaldo Mello, Colaborador da Academia de Varejo
Patricia Cotti, Diretora de Conteúdo da Academia de Varejo